quarta-feira, 16 de abril de 2008

Joel e sua tropa

Por Raoni Alves

Basta chegar a uma decisão ou jogo importante para o treinador do Flamengo, Joel Santana, voltar no tempo e colocar em campo o time que brilhantemente conquistou a classificação para a Libertadores e excelente posição no Campeonato Brasileiro do ano passado, abrindo mão assim dos contratados que chegaram à Gavea com toda pompa e circunstância.

Não consigo entender a cabeça do técnico. Veja a sequência de jogos antes da semifinal contra o Botafogo e tente você desvendar a mente de Joel. Primeiro, o time titular goleou o Friburguense por 4 a 1, atuando com Cristian e Toro, na proteção à zaga e Marcinho e Souza no ataque, fazendo Renato Augusto jogar na sua melhor posição, como armador. Em seguida, o Flamengo, sem muita pretensão, enfrentou o Madureira e o Vasco com um time cheio de reservas. Tudo bem, os jogos não valiam nada e o time iria à Cuzco encarar o Cienciano.

Diante dos peruanos, Joel resolveu mudar o que vinha fazendo e colocou Kléberson no lugar de Marcinho, que é o artilheiro do time nas duas competições, adiantando Renato Augusto para o ataque. Essa substituição se justifica já que o fantasma da altitude assustou muita gente e um time menos exposto seria natural. O placar mostrou que o treinador estava certo. Parabéns!

Agora, porque na semifinal do Carioca a equipe não voltou a sua formação original. E pior, porque quando Souza teve que sair no intervalo, papai Joel colocou um meia-atacante (Marcinho) ao invez de optar por Obina ou Tardeli atacantes de ofício. Vale lembrar que o time ficou com dois "atacantes" recuados, sem ninguém de referência e perdido em campo.

As atitudes do treinador parecem querer sempre ficar de bem com todo o grupo. Acho isso positivo apesar de um pouco paternalista, mas escalar um time sem atacantes em um jogo de semifinal, contra um time que já vencia por 1 a 0 e jogava melhor, parece suicídio, mas foi isso que aconteceu e o placar foi o que se viu. Certo estava o Glorioso, que não tinha nada com isso e tratou logo de liquidar a fatura e aplicar um sonoro 3 a 0.

Pisou na bola o Natalino! Lógico que o saldo ainda está muito positivo, mas esse erro durante a Libertadores poderá não ter volta. Já dizia o filosófico Vanderlei Luxemburgo: "O medo de perder tira a vontade de ganhar" Se liga Joel!!!

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