
O Zico é incomparável, o Júnior será sempre um maestro, o Savio foi uma promessa de craque e o Obina é a prova da falta de ídolos no Flamengo.
Hoje, a torcida está cada vez mais carente, a espera de uma luz que aponte sobre quem despejar esse amor incondicional. Essa carência transformou Obina, um bom atacante, esforçado, que em forma pode ser muito útil, em ídolo. O último verdadeiro ícone Rubro-Negro foi Júlio César, goleiro que deixou o clube em 2004 depois de vários milagres e alguns títulos. Mas Júlio deu azar, pegou uma fase conturbada na Gávea, não que a confusão tenha deixado os bastidores do Flamengo, mas o camisa 1 se firmou no gol do Fla quando rios de dinheiro jorravam da ISL e viu um time de estrelas afundar em 2000. A fonte secou, as dividas triplicaram e mesmo assim o atual goleiro da seleção brasileira seguia inabalável, conquistando a confiança e os corações dos torcedores, além de garantir por algumas vezes o time na Serie A do brasileirão. Passada a fase de Júlio César, a torcida se deixou cativar por Renato, Paulinho e Obina, jogadores que tem seu valor, mas não podem ser ídolos do Flamengo, mas são, ou foram.
Em 2008, o pentacampeão brasileiro apostou na união de jogadores com vivência de clube, que passaram por outros campos, e outros bons valores que vem se recuperando de alguma maneira. Dentre eles existem promessas de símbolos, mas só o tempo poderá trazer a consagração.
Um ídolo não é formado por dirigentes, nem por torcedores. O processo funciona como se a luz que brilhará sobre seu destino estivesse esperando o momento certo para um encontro inesquecível, que transformará um simples jogador em uma continuação do clube. O ídolo não precisa ser craque, nem artilheiro. Ele precisa representar as tradições do time ou exemplificar a arte de alguma maneira, seja defendendo bolas como um paredão, criando jogadas como um computador ou aniquilando os adversários como um matador impiedoso. Até mesmo um estrategista que não entra em campo pode se tornar um patrimônio do clube. Essas são algumas opções de ídolos, mas sem querer acabar no lugar comum, mas já acabando, o futebol é uma caixinha de surpresas. Afinal de contas, para a torcida do Flamengo, Obina é melhor que o E'to e quero ver quem vai discordar.
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