
Por João Guilherme
O BAILE EM TRÊS CORES
Era uma quarta-feira comum para botafoguenses, flamenguistas e vascaínos, mas não para os tricolores do céu e da terra, que aguardavam aquela noite há mais de 23 anos ávidos por um baile de gala. O traje obrigatório era o rigor das cores que traduzem tradição: o verde, branco e o grená. Com a música bem ensaiada e entoada nas arquibancadas, ficou fácil para o maestro, Thiago Neves, dar o tom no meio do salão, ou deveria dizer campo?Devo dizer salão sim, pois o que o Dodô fez no Maracanã foi digno de um verdadeiro pé-de-valsa, daqueles à moda antiga que chamou a dama, cuja origem é a pequena Sarandí da Argentina, para bailar um belo tango, com gostinho de samba.
A IRONIA DO DESTINO
Como o destino é engraçado e, em muitos casos, injusto. Todos conhecem a velha máxima de que um é pouco, dois é bom e três é demais. Pois é justamente nisso que Renato Gaúcho pensa ao lembrar que tinha em suas mãos Dodô, Leandro Amaral e Washington.
Quando podia contar com os três jogadores, o treinador roia as unhas e matutava um esquema tático para conseguir colocar o trio dentro dos onze titulares, e com isso acabava prejudicando a própria equipe. No entanto, com o problema jurídico envolvendo Leandro Amaral e Vasco da Gama, houve quem jurasse que Renato tinha agradecido a Eurico pela “solução” que o dirigente acabava de dar pro seu time.
Feliz da vida com goleadas atrás de goleadas, o comandante tricolor ria à toa da ironia do destino, mas mal sabia que seu próximo sorriso seria de desespero, já que Dodô, afastado por uma fratura na face, é mais um a desfalcar a equipe. E agora?
Sobrou para Washington resolver o problema que três não resolviam porque era demais, e que dois davam conta do recado, mas que por fim caiu no colo de um, que é pouco, a responsabilidade de marcar gols para o Fluminense.
Resultado disso, pôde ser visto no Maracanã, onde faltou gol e atacante para o Tricolor das Laranjeiras.
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