
O jogo dessa manha (21/08) se desenhou muito tranqüilo para a vitória triunfal do Brasil. Depois de uma goleada, na semifinal, contra as imbatíveis alemãs, o Brasil tinha tudo para atropelar mais uma vez os Estados Unidos. Mas o final não foi como nós esperávamos.
O time brasileiro perdeu para ele mesmo. Chegaram como favoritas, mas não souberam assumir a responsabilidade e executar um adversário mais fraco tecnicamente, que abdicou de atacar por quase toda a partida. O Brasil dominou o jogo, teve maior posse de bola e maior presença no ataque, porem não conseguiu fazer se que rum gol nas americanas.
O time americano jogou muito retrancado e teve méritos pela vitória, mas abdicou de atacar durante quase todo os 90 minutos. Elas jogavam com uma linha de quatro atrás e mais uma linha de cinco no meio. Apenas uma dessas jogadoras encostava na única atacante do time, que várias vezes era vista atrás da linha do meio de campo ajudando na marcação.
Com esse cenário, as brasileiras abusaram de dar chutões para frente, tentando a ligação direta entre a defesa e o ataque. As alas Simone e Maycon foram muito tímidas na partida. Elas poderiam ser a saída para o ataque, já que Daniela Alves vinha sofrendo forte marcação no meio de campo. Na minha opinião, o treinador Jorge Barcellos errou ao deixar em campo um time com três zagueiras para marcar uma única atacante americana. Com os Estados Unidos todo atrás, o Brasil armava suas jogadas com as defensoras Renata e Erika, outro erro. E o técnico ainda demorou muito para mexer depois de sofrer o gol na prorrogação, ou mesmo no segundo tempo, onde só o Brasil pressionava, pelo menos até os 40 minutos finais.

É lógico que fica aquela ponta de frustração por perder novamente uma final. Ainda mais que dessa vez o Brasil era muito superior ao seu rival, diferente da ultima olimpíada e do último mundial, quando perdemos para duas excelentes equipes, Estados Unidos e Alemanha, respectivamente. Mas fica aqui o reconhecimento ao esforço e a dedicação dessas meninas, que lutam praticamente sem apoio por um lugar ao sol. Mais uma vez parabéns a essa geração.
Resta torcer novamente nesse novo ciclo olímpico. E vale lembrar que essa geração, que já ganhou duas medalhas de prata em olimpíadas e um segundo lugar no mundial, ainda terá pela frente, no mínimo, mais um mundial e uma olimpíada para se consagrar em definitivo. Boa sorte e muita força para assimilar as criticas inoportunas. Se quiserem um conselho, não dêem ouvidos a qualquer um, pois a medalha que vocês merecem é de diamante, mas algumas pessoas não entendem isso.